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Candidata à presidência da OAB-DF pela chapa 99, Karol Guimarães critica diferença de tratamento concedido pela Ordem aos advogados das “panelinhas”

Candidata à presidência da OAB-DF pela chapa 99, Karol Guimarães critica diferença de tratamento concedido pela Ordem aos advogados das “panelinhas”

Karol Guimarães garante ser a única candidata capaz de entender as dores da advocacia por fazer parte dos 99 por cento excluídos dos grupos que dominam, há 20 anos, a Ordem dos Advogados do Brasil – seccional do Distrito Federal (OAB-DF). A advogada criminalista, que concorre à presidência da instituição pela chapa A OAB Que Eu Preciso, mostrou mais uma vez a que veio em sabatina ao Portal Mindjus, conduzida pelos advogados André Colares e João Rezende, nesta segunda-feira (28).

Karol nasceu, trabalha e vive em Taguatinga. Ela sabe exatamente do que fala quando se trata das constantes violações às prerrogativas vividas todos os dias pela advocacia do DF. Ela própria coleciona inúmeros casos em que foi desrespeitada em seus direitos profissionais – casos que ela coloca na conta do caráter exclusivista e omisso que domina a OAB-DF. 

Nós conhecemos as dores da advocacia. Para nós é tapa na cara e porta fechada. Para eles, é tapete vermelho. Naturalmente, com a nossa visão, olhar e experiência vamos fazer diferente. Mesmo porque não existem cinco chapas disputando a presidência da OAB. Existem dois lados: o nosso - que representa 99 por cento dos excluídos - e o lado dos outros que representam a mesma panela, que deu cria, 

afirma categórica sobre as demais candidaturas.

As propostas da chapa são fundamentadas em três pilares: respeito às prerrogativas, pagamentos dos honorários de maneira correta e rápida e liberdade de expressão. A advogada observa que muitos advogados são tolhidos dos seus direitos básicos e que são a base de sua atuação: a sua voz. E, segundo a candidata, o silêncio imposto aos advogados ocorre inúmeras vezes nas diversas instituições em que os advogados atuam sem que haja uma atuação ativa da OAB para garantir o justo e digno exercício da profissão.

A chapa encabeçada por Karol Guimarães quer se valer de uma atuação preventiva para reduzir drasticamente os altos índices de violações às prerrogativas dos advogados. Ela inclui o uso da inteligência artificial para monitorar o Diário da Justiça Eletrônico, a formação de agentes de prerrogativas para uma atuação rápida e eficaz, e o uso do Botom Inteligente da OAB para gravar, documentar e agir diante de casos de desrespeito às prerrogativas.

Ela ressalta que foi feito um trabalho intenso de escuta ativa dos advogados e advogadas do DF para a elaboração de propostas que realmente sejam voltadas para melhorar as condições para que todos os profissionais possam efetuar seu trabalho que, em suma, é absolutamente necessário para o funcionamento da Justiça em todo o país.

Karol observa a diferença abissal de postura entre as candidaturas. Além de festas milionárias, aviltantes para a maioria excluída dos benefícios de que se valem os que estão no comando da Ordem, a candidata ressalta o absurdo dos argumentos usados por outros candidatos para garantir que são a melhor opção para a OAB-DF.

Um dos candidatos da situação, por exemplo, foi à Ceilândia gravar um vídeo com uma advogada que foi violentamente despeitada no exercício da sua profissão ao ser agredida com gás de pimenta em seu rosto. “Como se isso resolvesse o problema do desrespeito”, critica Karol. Da mesma forma, em outro episódio lamentável de conivência com os abusos sofridos pela advocacia, ela destaca a celebração, por uma das candidaturas, de 3 mil ofícios expedidos em virtude dos casos de violação atendidos pela OAB, apenas nos três primeiros meses deste ano. O que evidencia novamente a omissão da instituição, segundo ela.

Porte de arma

Outro aspecto importante abordado pela candidata da chapa 99 é garantir o direito para que advogados e advogadas tenham posse e porte de arma, uma reivindicação dos profissionais que precisam se proteger e que também garante isonomia de tratamento com outras profissões. 

“Sou uma advogada criminalista que não atua só a favor de réus. Já atuei contra policiais, por exemplo, e a gente fica vulnerável. Não podemos ficar nessa situação, com tantas mortes de advogados e a OAB não faz nada”, critica. 

Compondo uma chapa formada majoritariamente de advogados de subseção – que não têm poder nem voto na câmara atual da OAB-DF – ela também defende o acesso à Escola Superior da Advocacia do DF (ESA/DF) para incluir o jovem advogado. “Sou fruto de uma residência jurídica e virei professora por intermédio da ESA. Além desses cursos, a gente precisa de um escritório prime, em que todos os advogados possam atender”, defende.

Karol Guimarães observa que apesar dos seus 37 anos, carrega na bagagem cargos de gestão, como o de administradora de Taguatinga em governos tão distintos.

Mãe de dois filhos, a advogada observa que é necessário apoiar as mulheres, especialmente, as negras, as pessoas com deficiência e as pessoas LGBTQIA+ que, de acordo com o Conselho Federal da OAB, são as mais vulneráveis e prejudicadas no exercício da profissão. 

“Eu sonho que a advocacia tome posse da OAB novamente porque ela foi sequestrada por essas panelinhas e grupinhos”, disse parafraseando Martir Luther King. “Vim de uma família muito pobre e humilde. Hoje estou aqui com vocês porque fui incluída. Os advogados não precisam de Bolsa Família, precisam de oportunidades”, salienta.

A íntegra da entrevista ao Portal Mindjus pode ser acessada no link https://x.gd/2OZiQ .

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